sexta-feira, 27 de novembro de 2015

ser monja por 10 dias

Eu já havia lido relatos em blogs de viajantes sobre o curso de meditação vipassana, no qual o aluno se inscreve para aprender a técnica de meditação criada e utilizada por Gautama, o Buda para chegar a sua própria iluminação e que ele teve a bondade de compartilhar com quem quisesse ouvir afim de ajudar nós seres humanos nesta trilha pela libertação.

Quando nos inscrevemos no curso pela internet já temos acesso a rotina diária do curso e as normas que temos que seguir. A rotina é similar a rotina de um monge, acordamos as 4 da manha e dormimos as 9, meditamos varias horas pelo dia, tudo o que comemos e bebemos é fruto de doação, visto que não se cobra matrícula e nem uma taxa pelo curso, eles sobrevivem de doação de antigos estudantes.
Existem algumas condições que devem ser respeitadas, algumas condutas. Nao se deve machucar nenhum ser vivo, nem as formigas ou mosquitos porque todos os seres vivos querem viver, não se pode mentir, praticar nenhum tipo de relação sexual e manter o nobre silencio, ou seja, não falar nada pelos 10 dias, a menos que  professor te pergunte algo ou você tenha alguma duvida a cerca da técnica.
A experiencia do curso pra mim foi algo que me mudou bastante, me fez fechar coisas que estavam em aberto e que causavam sofrimento. Neste tempo estamos em contato com nós mesmos, com a técnica e com nada mais. Imagine estar num lugar onde nao há comunicação com as outras pessoas presentes, tudo o que você vê só você viu e não vai compartilhar com as outras pessoas. Nao vai lhes contar as dores que sentiu, se algum bicho lhe picou, se gostou da comida, se viu alguem conversando ou quebrando alguma regra, nao: tudo o que seus sentidos sentem fica somente com você.
Isso tras uma reflexao muito mais apurada quanto a propria vida, memorias de infancia aparecem com clareza, e existem momentos em que pode ser muito dificil psicologicamente ficar lá e encarar tudo, mas uma vez que se encara e se supera o bem é gigantesco.
É impressionante ver a quantidade de alunos antigos presentes nos cursos, ou seja, pessoas que fizeram um curso e voltam para reafirmar-sem na técnica de tempos em tempos, os locais sao muito calmos, a energia do lugar é muito boa, a comida é vegetariana e os centros existem por todo o mundo. Sendo assim nao vejo razão pela qual alguém nao deveria participar de um curso como este.
Vi pessoas deixando de fumar por causa do curso, superando traumas e até curando doenças, alem disso como estou viajando consegui muitos amigos novos depois que o nobre silencio terminou e muitos lugares para visitar.
Falando sobre o fim do nobre silencio... é incrível viver 10 dias com um grupo de pessoas e nao saber o nome nem a nacionalidade da maioria delas, nossa mente cria conceitos "essa pessoa deve ser assim, aquela deve ser assado" e quando conversamos pela primeira vez vemos que a maioria desses conceitos estava errado.
Uma experiencia incrível em vários âmbitos. Pra saber mais acesse o site internacional https://www.dhamma.org.

domingo, 1 de novembro de 2015

ninguém me falou sobre o cansaço

Nao me lembro de ter lido em lugar nenhum sobre essa parte da viagem, esse cansaço físico, mental, espiritual e de mais qualquer outra dimensao nossa que por ventura possa ficar cansada.
Cansaço que no meu caso é fruto de dias de estresse por nao saber onde dormir, pra qual cidade seguir, quanto dinheiro ainda tenho, o desespero momentâneo de ter que gastar metade do dinheiro em um imprevisto, ou erro de planejamento. Ter que seguir com a mochila arrebentada, as duas alças. E pensar: O que fazer? O que fazer? O que fazer?

Playa de Malvin - Montevideo

Agora estou em Montevideo, essa cidade que está no meu coração por diversos motivos. Cheguei aqui de ônibus, sendo que o planejado era chegar de carona, mas aconteceu que eu estava em Chuy as 20 hrs sem lugar pra ir, e a cidade se pôs perigosa me fazendo decidir por gastar 600 pesos uruguaios numa passagem até aqui. Minha mochila está arrebentada, procurei lugares pra dormir na maior pressa visto que planejava chegar aqui ao menos uma semana depois do que cheguei, dormi sonecas em bibliotecas e foram gentis o suficiente pra me esperarem acordar pra dizerem que eu não podia dormir ali, e por fim vieram os dias de descanso. Olhando pro rio que parece mar, escutando música, conhecendo pessoas, lugares e tentando ficar sozinha em repouso quase que hibernando, sem ao menos aproveitar a cidade o quanto normalmente aproveitaria, ficando mais no sofá e pela areia.
Os mates estão me ajudando a me pacificar, e também a calma com que as pessoas conversam comigo. Essa cidade é linda.

sábado, 19 de setembro de 2015

sobre uma volta prematura


Estou na minha cidade natal. E estou nela fazem mais ou menos 7 horas, sendo que agora são 4 da manhã e não consigo dormir de forma alguma. Ou melhor, talvez eu até conseguisse se colocasse algumas coisas em pratica como o não pensar mas são tantos pensamentos e perguntas e planos que dão um gás na mente já confusa depois de tantas horas de viagem e de espera em rodoviárias.
Eu vim bem mais cedo do que tinha planejado, isto porque tive uma grande crise de asma e pensei que o melhor seria voltar, mas daí eu melhorei enquanto ainda estava lá e decidi voltar mesmo assim e até agora não sei bem o porquê. Sei que aqui vai ser mais fácil juntar para viajar mas não sei bem o que me fez vir. E talvez este seja o ponto positivo da decisão, parece que fluiu mais do que qualquer coisa.
O estranho é que tenho a sensação de que estava dormindo e sonhando, e agora acordei e tudo voltou ao normal. Ou seja, ainda nem vi ninguém, a não ser meu pai que encontrei casualmente numa parada dos onibus em que nós estavamos na mesma hora na mesma lanchonete e já to tendo tempo de planejar ir embora de novo.
Estando aqui eu quero ter um tempo pra mim, longe de todo mundo, tomara que sozinha pra poder viver, cozinhar, ler, desenhar e fazer o que tiver vontade. Sinto que é necessário, talvez eu tivesse precisando olhar tudo de fora ou de dentro pra entender alguma coisa que passou batido.
Meu maior relacionamento no Uruguai foi com uma pessoa que vivia na correria e eu sinto falta dele. Lo extraño. Tenho vontade de mostrar meu álbum de fotografias e passarmos um fim de semana acampads em algum lugar só pra ele me conhecer um pouquinho mais e eu poder observar a maneira como ele age longe de tudo. Mas essa vontade tende a passar com o tempo.
Eu sou um peixe pequeno que de tanto medo de ficar preso na rede do pescador se debate até que ela rasgue, mas fazendo isso me machuco sem nem ter precisão, porque conseguiria escapar de outra forma. E sempre vou embora antes de que se cansem de mim. Talvez tenha sido isso. Talvez não.
Montevideo é uma cidade encantadora, talvez melhor pra morar do que pra passear. Não tem aquela correria de metrópole, as pessoas caminham pelas praias, convivem nos parques como amigos com seus cachorros soltos e suas musicas improvisadas, tomam mate em todos os lugares, sendo necessário avisos onde não é permitido matear e havendo um grande comercio de agua caliente por todos os lados. E isso faz com que eles conversem, sabe? Param pra tomar um mate, sentam em roda, riem, se mantem aquecidos e felizes.
Todos os uruguaios que sabiam falar algo de português usavam esse conhecimento pra me entender e pra falar o que podiam, facilitando tudo e deixando o clima amistoso, eram simpáticos e me davam a sensação de ser bem vinda. Tinha o porteiro do prédio da rua do meu trabalho, que eu não sei o nome porque nunca chegamos a realmente conversar mas que me dava sempre bom dia e boa tarde e como estás e alegrava meu dia.
O que dizer daquela cidade, ah, com suas feiras que mais parecem tesouros que se encontra conforme vive e caminha por ruas aleatórias por dias aleatórios, e de repente, sem mais nem menos, surge um comerciante de torta fritas pra te engordar um pouquinho mais. Eu trouxe uma grapamiel comigo, creio que vou levar pra alguma festa, sei la.
Mas tudo que eu aprendi, que vai desde geografia, a politica atual de alguns países da américa latina, como preparar um mate, como fazer massa de pizza, o que é realmente um bom sorvete, o que são os registros akashicos, e coisas que de tao pequenas e significantes não poderiam ser escritas aqui e fazer sentido pra qualquer ser humano que não seja eu, elas estão agora em mim. O que só aumenta minha gana de fazer mais isso, de ir e ir até onde o olho alcança, e conversar, comer, dançar, chorar e se desesperar e descobrir que tudo vai ficar bem porque é assim, nunca foi fácil.
E aprender também, que talvez não tenha sido a melhor hora a escolhida para voltar, que talvez da próxima vez eu deva escolher passar mais tempo onde quer que eu esteja, que eu realmente acompanhe as aulas de expressão corporal as quais me matriculei e que seja capaz de formar mais laços mais profundos ou conhecer mais o lugar e ter mais dicas pra dar e menos sotaque da terra natal.

Mas eu vi. E agora eu sei, eu posso fazer o que eu sonho, não preciso mais ter medo de chegar a hora H e decidir por uma vida pré elaborada, vi que fazer minhas escolhas é o que me deixa livre, e não há outra forma de ser.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

meu corpo é poesia
eu deixo que as flores cresçam por suas paredes
eu o sinto florescendo
o mundo escreve sobre ele
com suas letras feias e garrafais
e eu deixo
e eu mudo
e eu muda
roupa nao é poesia
mas é necessário cobrir-se
porque é assim
entretando o céu continua lindo
por qualquer lugar que eu ande
apesar de suas nuvens me deixarem claustrofobica
por pensar demais
e as flores
e as flores
que enfeitam os caminhos
deixando-os bonitos sem importar o que se escuta ao caminhar
mas por sorte
ainda temos sorvete de doce de leite na geladeira
e as flores

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

casualidades por las calles


São duas horas da manhã de uma sexta feira. Hoje eu tinha um encontro, mas por casualidades da minha brasileirice cheguei 40 minutos atrasada e não encontrei a pessoa lá. Pode ser que eu estivesse no bar errado, pode ser que ela tenha me esperado e ido e pode ser mais mil coisas, mas por fim não foi nada demais.
Eu fumei, entrei, bebi um fernet com coca pela primeira vez na vida, achei horrível com gosto de remédio e comecei a pensar na vida sentada no balcão do bar sentindo as vezes aqueles olhares estranhos jogados em direção a mulheres sozinhas em bares.
Acontece que eu to feliz aqui sabe? Não 100% do tempo, mas eu estou satisfeita por estar aqui. E agora que estou não posso parar de pensar no que fazer depois.
Isso é uma coisa meio ruim, porque minha ansiedade faz com que eu projete muito as coisas, mesmo sabendo que o futuro não existe, mas é bom porque faz eu me planejar tanto que alguma coisa acaba dando certo.
É maravilhoso voltar do bar comendo alfajor. Assim como é uma delicia ir na feira e comprar torta frita e doce de leite. Ouvir as musicas em espanhol que tocam nas rádios, assistir Os Simpsons e ver que o Homer se chama Homero. Ver as bancas de flores pelas ruas e morar pertinho do mar.
O que eu quero dizer é que... Não sei se quero mesmo dizer algo.
Quero mesmo é comprar um filme da ILFORD pra minha câmera e brincar com a luz, depois encontrar um laboratorio, esperar e ser feliz.
Registrando as pizzas, as risadas e o meu cabelo crescendo.


terça-feira, 30 de junho de 2015

Primeiros dias em Montevideo


A primeira vez que conversei com alguem em espanhol na vida foi no ônibus indo de Balneario Camboriu à Montevideo, aprendi tudo o que sabia por cursos online e aplicativos de celular duolingo. Apesar disso, ou por isso, ou nenhum dos dois, provavelmente nenhum dos dois tem sido dias maravilhosos. Desde que cruzei a fronteira senti uma felicidade gigante por estar vivendo algo que imaginei e sonhei por meses. Escrevo isso quase sem conseguir porque estou ouvindo novos baianos e só penso no Brasil e em caipirinha e pão de queijo. Mas me lembro então das casinhas antigas, dos museus e das feiras e me apaixono pelo paisito.

A primeira vez que comprei algo sozinha foi numa conveniencia de posto: Alfajor e coca cola, eu nao entendia quanto tinha dado, nao entendia o que o atendente dizia, mas ele sorria e eu tambem e deu tudo certo. Os uruguaios (uruguaxos) sao simpaticos e tentam sempre falar portugues e entender o portunhol hahah.
A cidade é linda, a arquitetura de todos os bairros que conheci é magnifica, muitos prédios de tijolo a vista, construçoes históricas, castelos no meio do seu caminho pro trabalho.
Me parece que prezam muito a beleza, e isso era uma coisa que sentia falta na cidade em que morava, aqui tem muitas praças e estatuas por todos os lados, de chineses, de cavalos, Madame Curie, etc etc etc, é engraçado porque as estatuas sao uma forma de se localizar também "estou perto da estatua do Gandhi" "Nao sei onde é, ja passou pela do Santos Dumond?".
E os museus que não são poucos e agradam a todos os gostos. Tem os de arte contemporânea, de arte clássica, artes decorativas, o museu pedagógico, e todos surpreendem.
E assim eu vou, aprendendo a hablar, conhecendo as pessoas e os lugares e me sentindo cada vez mais em casa.

sábado, 30 de maio de 2015

Peixe Pequeno


Arrasto-me por entre marés
Encaro cores que não conheço
Não há nada bonito
Nem acontecendo

Sou um peixe pequeno
Que se desprende de todas as redes
E nada sozinho
Na água gelada

A imensidão é minha casa
Desprendida
Solúvel
Instável

Procuro um olhar
Vejo o sol
Que insiste brilhar
Ano após ano


Perdida no agora
Que veio depois do que eu vivia
Vivo pensando em ir embora
Nadar da monotonia

sábado, 4 de abril de 2015

Revelei: Fevereiro de 2015


Ahhh fazia um tempo que não revelava um filme e é uma sensação pra lá de boa, e da vontade de mais e mais e mais. O filme que revelei tem as fotos que tirei na viagem, que a qualidade técnica não está nota 10 mas as memórias estão <3
Quando for viajar leve uma câmera analógica, tenho a sensação de que foram feitas só pra isso, você fotografa o que quer lembrar, a sensação do momento e não só o que vai ficar legal de perfil no facebook. Sem mais delongas, here we go (clique pra ver grande):

nascer do sol dia 13/02 (meu aniversário) em Itanheém - SP


O (com O maiúsculo) melhor acampamento; Conceição do Jacareí - RJ


Rio



Estes são: Rodrigo, Rodrigo, eu e o Vini, já escrevi sobre eles, companheiros de viagem incríveis <3

São algumas das fotos que eu mais gostei, vão pro álbum pra posteridade hahah, quem sabe rola uma parte 2 deste post, estou a procura de uma nova câmera, se encontrar conto aqui, tomara que o universo me traga uma. Pra ver o post com outras fotos analógicas clique aqui.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

r de rotina

   A rotina tem sido estressante. Rotina é estressante, arrumei um free lancer como vendedora na loja de chocolates que é show e tem sido massacrante; São oito horas em pé que geram um cansaço físico e mental gigantesco. Não sei como as pessoas conseguem viver fazendo todo dia a mesma coisa, o dia inteiro se ocupando em produzir pros outros, é tão massivo que quando durmo sonho com o trabalho.
   Parei de comer carne e encontrar comida vegetariana ace$$ível na rua é tarefa difícil, mas não está sendo difícil como eu imaginei que seria, comer carne era um mau habito. Alem disso recomendo assistirem o documentario brasileiro A Carne è Fraca.
   Sobre as metas do ano: estou lendo os livros do vestibular, entre eles A Hora da Estrela da Clarice Lispector que é tão amor, estou aprendendo espanhol online e furei o septo. Que não era uma meta. Nem era um plano, mas deu vontade e gostei, doeu menos que esperava então tá ótimo. Quero fazer um post mostrando minhas tattoos que não são muitas mas são lindas, hahaha, enquanto isso vão umas fotinhos desse feriado de sexta que é antes da páscoa e não sei bem do que é no meu novo quintal que é um amor com seus pés de jabuticaba, acerola e limão.

meu novo chapéu de R$1
Me mudei e meu quarto ainda não está parecendo meu por ter caixas e desorganização, semana que vem vou cuidar melhor dele, e de mim, já que não estarei mais trabalhando, o que vou fazer quando precisar me sustentar na sociedade convencional? Não sei.

sábado, 21 de março de 2015


Cada criança no seu quarto
Cada criança-menina no seu quarto
Rosa
Cada menina com sua boneca
Clara
Não corre, não pula, não suja
Nem se defender ela sabe
É fraca
Seu irmão é forte
Ele luta, ele bate, ele sobe
Ele tem os brinquedos mais legais
A menina olha
Tem medo de brincar com os heróis
E acharem que ela é
Menino

(Natalia Munhoz)

quarta-feira, 11 de março de 2015

Minhas Fotografias Analógicas


A fotografia analogica esteve presente na minha infância com suas revelações caras, um filme por viagem e depois sumiu, então quando me apaixonei pela fotografia como hobbie redescobri essa vertente. Esperar as 36 fotos do filme acabarem, levar pra revelar, ter as fotos em mãos é uma sensação que o digital não trás de jeito nenhum. Fotografar analogicamente é um aprendizado ao fotógrafo, você precisa calcular, parar e tirar a foto, porque não se tira 30 fotos da mesma coisa e vê no visor se alguma ficou boa; o resultado é quase imutável.
Aqui estão algumas das fotos que já tirei com as minhas câmeras que são compactas, ou seja, não são aquelas profissionais e quem se interessar pode encontrar em antiquários e na internet por um preço bom.











p.s.: Essa câmera que tira 4 foto-sequencias é a Action Sampler da Lomography, e o resultado é esse mesmo acima.

terça-feira, 10 de março de 2015

5 músicas de intérpretes mulheres




Acredito que não é novidade pra ninguém que o mercado musical e o mercado geral dão o maior reconhecimento aos homens, se você tentar listar 10 bandas ou grupos clássicos a maioria provavelmente vai ser composto completamente por homens. Mas isso não significa que as mulheres musicistas não arrebentem, minha prova está aí, nesta lista de 5 músicas:


1- Tássia Reis - Primavera: Essa brasileira de Jacareí-SP tem um som com a cara do novo rap brasileiro, letras lindas e um EP viciante, essa música Primavera é daquelas que te animam num dia cinza e faz nascer a vontade de viver.

2- Warpaint - Disco/Very - Keep It Healthy: A banda é formada por 4 meninas que fazem um som bem animado e dançante, o clipe é lindo e nele estão duas músicas, a minha preferida é a primeira , "I've got a friend with a melody that will kill you, she will eat you aline, like cyanide it's poison, she'll eat you alive"



3 - Elis Regina - Maria, Maria: A Elis é tudo demais, patrimônio da nossa cultura e essa música linda merece ser cantada de geração à geração "uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta"


4 - Karol Conka - Sandalia: Essa música vai pra quem gosta de reggae e eu pessoalmente adoro ouvir esse tipo de som com pronomes femininos, "deixa ela, deixa..."



5 - Salt-N-Pepa - Let's Talk about Sex: O Salt-N-Pepa é um grupo americano de hip-hop formado por 3 mulheres em 1985, a gente pode imaginar como devia ser difícil um grupo de rap feminino ganhar espaço, e ganhou e fez música sobre sexo e o choro é livre.


p.s.: as músicas não estão em ordem de preferencia e possíveis novos seguidores: sejam bem vindos.

sábado, 7 de março de 2015

A viagem do último mês

  Mês passado (fevereiro) aconteceu a Bienal da Une e também a da Upe que eu tive a felicidade de comparecer, a bienal da Upe foi em Curitiba e o alojamento era lindo, com muitas araucárias. Conheci o casarão da Upe que tem uma arquitetura linda e é um prédio histórico, construido em 1919. Além disso tiveram oficinas, apresentações culturais e a interação entre os estudantes, aprendi a fazer um caderninho lindo que se quiserem faço um tutorial. ;)

casarão da Upe

  A Bienal da Une foi logo em seguida e aconteceu na cidade maravilhosa. Houveram também muitas oficinas e shows de músicos como Pitty e Criolo abertos e de graça na Lapa.
  Enquanto estava na Lapa conversava com ammigos que chegaram no Rio de carona, me diziam como as pessoas eram boas, como era divertido e que eu deveria ir com eles. Meu problema (ou não) é que não sei dizer não pra esse tipo de convite e saí do Rio em rumo ao Paraná sem 1 real no bolso, iríamos (o Vinicius, os Rodrigos e eu) pelo litoral acampando e pegando carona.

A primeira cidade litorânea em que paramos e fincamos moradia era Conceição do Jacareí no estado do Rio, a paisagem era linda, com morros e mar calmo sem ondas. Nossa barraca era médio difícil acesso por conta de várias pedras que tínhamos que passar mas tinha uma vista linda do mar e das árvores. Nosso jantar foi miojo preparado na lata de pêssego numa fogueira acesa por mim e pelo Vinicius, comemos em fundos de garrafas PET com hashis de galhos de árvores. Vomitei 5 vezes depois disso. Mas ao meio dia já estava me sentindo bem novamente.

Eu, o Vinicius e o Rodrigo em Conceição do Jacareí

O amanhecer em Conceição
   Nosso próximo destino foi Paraty, uma cidade histórica que foi construída para ser a cidade de verão da família imperial no Brasil. A cidade tem uma arquitetura linda, chão ainda de pedras, carruagem com guia e bares cheios de gringos (que não estão só nos bares).
  Conhecemos a Mercí, uma mulher pescadora muito divertida e que nos disse pretender escrever um livro contando tudo que ela sabe. Ela nos disse que tinha um barco e pedimos pra conhecer, ela nos levou. Perguntamos se era longe e ela não sabia porque "não era boa com os números", quando chegamos no cais tínhamos que atravessar de canoa até o barco. O Rodrigo perguntou se ela sabia a profundidade de onde estávamos e ela nos respondeu que "não guarda números na cabeça", kkk ela era um ser humano incrível e bem de humanas.

Eu e o Rodrigo na canoa em Paraty
Casa da Cultura de Paraty
De Paraty seguimos pelo litoral de SP, passamos em Ubatuba, dormimos em Itanhaém com seu mar aconchegante, tomamos banho de água doce numa cachoeira linda e enfim Curitiba e então Maringá.
  Eu nunca tinha sentido tanta saudade de casa, das pessoas, da minha cama, chuveiro e almoço e janta me esperando na hora marcada todos os dias, desse clima meio nublado que estava o sul e que achei incrível pela primeira vez. Dessa viagem nasceu a vontade de fazer mais viagens assim e a certeza de que é possível viajar gastando pouco. Quanto mais conheço o Brasil mais me sinto brasileira, somos o mesmo povo em todos os cantos, se reconhecendo como tal. Além das paisagens belíssimas e riqueza natural. Acredito que vou sentir o mesmo conhecendo a América Latina e quero fazer isto acontecer depressa.

Cachoreira no Litoral de SP


sábado, 24 de janeiro de 2015

O álbum da Madame B

Hoje folheando um livro de fotografia li o tópico "Mulheres na Fotografia" e encontrei Lady Mary Georgina, ela viveu no séc XIX foi uma mulher vitoriana que produziu diversos álbuns e foi precursora da arte da colagem. Os álbuns são lindos, com aquarelas e fotos em diversas disposições:











Uma boa inspiração pra trazer pra atualidade, um scrapbook retro de verdade haha, pra ver o álbum completo clique aqui.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Feriax na Praia

O que é isso sobre viajar que faz tão bem? Acredito que é o clichê de olhar a vida de fora e esvaziar a mente.
Fiquei duas semanas na praia em Balneário Camboriú, nesse tempo desenhei, li, meio que decidi o que fazer no futuro e rapei o cabelo. HAHA essa decisão foi pensada dois dias antes de eu cortar *pensei numa quarta a noite, os salões estavam fechados, na quinta era natal, também estariam) e então cortei no terceiro dia, mas decidi mesmo a caminho do salão. Sempre quis rapar mas esses tempos não tinha coragem, achei que seria algo bizarro e diferente o dia-a-dia careca mas é prático e to amando.

Nunca tinha percebido como todos os homens tem cabelo curto e todas as mulheres tem cabelo cumprido. Tá, não é assim mas é a sensação que me dá ao andar na rua, e é estranho. Não que eu já não esteja me entediando e possa mudar daqui uns dias mas veremos.
Passei a virada na praia e os fogos foram a coisa mais linda que eu já vi na vida, fiquei extasiada por uns 40 minutos, mas quando acabaram procurei logo sair de lá porque tinha TANTA gente que era difícil respirar.
eu e o Rodrigo 00:00

Fomos na praia de nudismo, a praia do Pinho e era tudo super limpo, no mar entramos com a água até a cintura e dava pra ver a areia ainda, o que não é tão comum nas praias de Balneario Camboriú. Não levem a minha experiencia como uma verdade sobre todas as praias de nudismo mas quando fui houveram uns episódios estranhos. Um cara seguia a mim e ao Rodrigo aonde íamos, até que a gente começou a mostrar nossa faca, haha, e um trio fez sexo entre as pedras enquanto muita gente se masturbava. Mas isso é na área aberta, onde muita gente usa roupas, existe a outra área, onde se entra no mar e é bem calmo e tranquilo.
Quando esvazio minha mente ela vai se enchendo de planos e ideias, e isso é o que está acontecendo nessas férias que estou usando para fazer apenas o que é de meu desejo, sem obrigações.

Achei a cidade de BC bem interessante, a praia de lá é suja por causa do esgoto mas as vizinhas são lindas e apaixonantes, andei muito sobre as pedras e vendo os animaizinhos marinhos, a vista dos prédios da Babilônia é linda à noite e existem piscininhas entre as pedras que são deliciosas. BC, te quero voltar.

2015

 Todos os meus mapas astrais, horóscopos e cartas me disseram que esse ano será de mudanças, aventura e aprendizado. A parte do aprendizado to deixando encaminhada, desde que saí do colégio sinto minha mente livre pra aprender o que importa e o que eu sempre quis saber, me matriculei pra aula de desenho e pintura a óleo, fiz um cadastro na Biblioteca Municipal, estou lendo 2 livros do Nietzsche, 2 de magia e "Quando os Skates Forem de Graça" que é a biografia de um garoto americano criado numa família comunista. Estou aprendendo também a escrever roteiro e aspirando a participar de um grupo de cinema novo da minha cidade.


 Quanto à aventura e mudança e tudo mais, os planos são me mudar pra algum país da América do Sul este ano, alguma dica?

paisagem uruguaia

 Tenho ouvido gente demais dizer que devo estudar primeiro, pra deixar tudo isso mais pra frente, de como tenho tudo aqui em casa, (comida, roupa lavada) e minha vó me pediu chorando pra não ir embora, porque sou criança demais ainda e isso parte o coração, mas o que eu to fazendo é aproveitar o conforto de casa que não sei quando terei de novo, tentar me dar bem com todo mundo e seguir meu coração sempre. Não tem porque eu viver isso ano que vem se eu posso viver esse ano. Não sei se vou tar viva ano que vem. Nem amanhã.
Tem que ter coragem pra construir sua própria história. E ao mesmo tempo é o mínimo que devemos que fazer por nós mesmos.