sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Vipassana: a técnica de Buda que eu testei na prática

Eu já tinha lido relatos em blogs de viajantes sobre o curso de meditação Vipassana — aquele em que a gente se inscreve pra aprender a técnica de meditação criada e utilizada por Gautama, o Buda, no caminho até a própria iluminação. Ele teve a generosidade de compartilhar essa prática com quem quisesse ouvir, pra ajudar a gente nessa trilha pela libertação.


Quando a gente se inscreve no curso pela internet, já tem acesso à rotina diária e às normas que precisam ser seguidas. A rotina lembra a de um monge: acordar às 4 da manhã, dormir às 21h, meditar várias horas por dia. Toda a alimentação é fruto de doação, já que não há matrícula nem taxa — os centros sobrevivem com a contribuição de antigos estudantes.

Existem algumas condições de conduta: não machucar nenhum ser vivo (nem mesmo formigas ou mosquitos, porque todos querem viver), não mentir, não ter relações sexuais e manter o nobre silêncio — ou seja, não falar nada durante os 10 dias, a menos que o professor te pergunte algo ou você precise tirar dúvidas sobre a técnica.

A experiência me transformou bastante. Me ajudou a encerrar ciclos que estavam em aberto e que causavam sofrimento. Durante o curso, estamos em contato apenas com nós mesmos e com a técnica. Imagine estar num lugar onde não há comunicação com os outros presentes: tudo o que você sente fica só com você. Não dá pra contar a dor que sentiu, se um inseto te picou, se gostou da comida ou se alguém quebrou alguma regra. Nada disso. Os sentidos e experiências ficam só dentro de você.

Isso aprofunda muito a reflexão sobre a própria vida. Memórias da infância aparecem com clareza. Existem momentos em que pode ser psicologicamente muito difícil estar lá e encarar tudo, mas, quando se supera, o bem-estar é imenso.

Outra coisa que impressiona é a quantidade de alunos antigos. Muita gente faz o curso e volta de tempos em tempos pra reafirmar a prática. Os lugares são sempre muito calmos, com uma energia incrível, a comida é vegetariana e existem centros espalhados pelo mundo todo. Sinceramente, não vejo motivo pra alguém não experimentar.

Eu vi pessoas largando o cigarro, superando traumas e até curando doenças. Além disso, como eu estava viajando, acabei fazendo muitos amigos depois que o nobre silêncio terminou — e ganhei vários convites pra visitar outros lugares.

E falando sobre o fim do silêncio… é surreal passar 10 dias com um grupo de pessoas sem saber o nome ou a nacionalidade da maioria delas. A mente cria conceitos: “essa pessoa deve ser assim, aquela deve ser assado”. Mas, quando finalmente conversamos, percebemos que quase sempre estávamos errados.

Foi uma experiência incrível em muitos sentidos.
Pra saber mais, o site oficial é: https://www.dhamma.org

terça-feira, 30 de junho de 2015

Primeiros dias em Montevideo

A primeira vez que falei espanhol na vida foi dentro de um ônibus, indo de Balneário Camboriú até Montevidéu. Tudo o que eu sabia tinha aprendido em cursos online e nos aplicativos de celular, tipo Duolingo. Apesar disso (ou por isso, ou talvez por nenhum dos dois), os dias desde que cruzei a fronteira têm sido maravilhosos. Senti uma felicidade gigante por estar vivendo algo que imaginei e sonhei por meses.

Escrevo quase sem conseguir me concentrar porque estou ouvindo Novos Baianos e só penso no Brasil, em caipirinha e pão de queijo. Mas aí lembro das casinhas antigas, dos museus, das feiras… e me apaixono de novo pelo paisito.



A primeira compra que fiz sozinha foi numa conveniência de posto: um alfajor e uma Coca-Cola. Eu não entendia quanto tinha dado, não entendia o que o atendente dizia, mas ele sorria, eu também, e deu tudo certo. Os uruguaios (ou uruguaxos, como brinco) são muito simpáticos e sempre tentam falar português ou entender o portunhol, hahah.

A cidade é linda. A arquitetura de todos os bairros que conheci é magnífica: muitos prédios de tijolo à vista, construções históricas, até castelos no caminho do trabalho. Parece que aqui prezam muito pela beleza, e isso era algo que eu sentia falta na cidade onde morava. Tem praça em todo canto, estátuas de tudo quanto é coisa — chineses, cavalos, Madame Curie… É engraçado porque as estátuas também viram ponto de referência: “estou perto da estátua do Gandhi”, “não sei onde é, já passou pela do Santos Dumont?”.

E os museus? Não são poucos. Tem de arte contemporânea, de arte clássica, de artes decorativas, até o museu pedagógico. Todos surpreendem.

E assim eu vou: aprendendo a hablar, conhecendo pessoas e lugares e me sentindo cada vez mais em casa.

sábado, 4 de abril de 2015

Revelei: Fevereiro de 2015


Ahhh, fazia tempo que eu não revelava um filme, e é uma sensação maravilhosa — dá vontade de fazer mais, mais e mais. Esse rolo que revelei tem fotos da viagem. A qualidade técnica pode até não estar nota 10, mas as memórias… essas estão <3

Se puder dar um conselho: quando for viajar, leve uma câmera analógica. Parece que elas foram feitas justamente pra isso. A gente fotografa o que realmente quer guardar na memória, a sensação do momento, e não só o que vai ficar bonito de perfil no Facebook.

Sem mais delongas: here we go (clique pra ver grande)!


nascer do sol dia 13/02 (meu aniversário) em Itanheém - SP


O (com O maiúsculo) melhor acampamento; Conceição do Jacareí - RJ


Rio




Essas são algumas das fotos que mais gostei e já estão guardadas no álbum da posteridade, hahaha. Quem sabe não rola uma parte 2 desse post? Estou na busca por uma nova câmera e, se encontrar, conto aqui. Tomara que o universo me traga uma 💫

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

2015

Eu e os astros andamos combinando: todos os mapas, horóscopos e cartas dizem que esse ano seria de mudança, aventura e aprendizado. A parte do aprendizado eu já tô encaminhando: desde que saí do colégio sinto a cabeça mais livre pra aprender o que realmente importa. Me matriculei em aulas de desenho e pintura a óleo, fiz cadastro na Biblioteca Municipal, tô lendo dois livros do Nietzsche, dois sobre magia e “Quando os Skates Forem de Graça” — a biografia de um garoto americano criado numa família comunista. Também tô aprendendo a escrever roteiro e me organizando pra tentar entrar num grupo de cinema novo na cidade.


Quanto à aventura e à mudança: o plano é me mudar pra algum país da América do Sul este ano. Alguma dica? 

paisagem uruguaia


É preciso coragem pra construir a própria história. Ao mesmo tempo, é o mínimo que devemos fazer por nós mesmos.